domingo, 1 de janeiro de 2012

Pestanejar de Pálpebras



Hoje pela manhã, mesmo antes de pestanejar pela primeira vez as minhas pálpebras,
já pensei em ti sem sequer ter sonhado contigo.

O dia já desperta lá fora! Repleto de luz! E eu, tenho em mente os teus lábios carnudos e meu rosto debruçado no teu peito perfumado.

Ah! Como quero! Como quero acordar assim...
Com essa tua presença luminosa logo pela aurora,
com esses teus olhos serenos despertando preguiçosos sobre uma qualquer almofada partilhada por ambos...
Ah! Como quero! Como quero sentir a tua alma pura, despida, diante de mim!
Querer acreditar que é possível parar todas aquelas horas felizes que vivemos em tórrida paixão que arde como fogueira de muitos ventos outrora desprezados.

Todas as noites, enamoro o crepúsculo da noite através de uma janela fechada.
Desajeitada, alinhada por rectângulos horizontais e distante desse teu cheiro!
Sabes, (risos) imagino-te ao meu lado.
Imagino que irás acordar a meu lado, com esses teus olhos lunares observando-me descaradamente e acariciando-me o rosto...
E os meus? Esses, coitados! Despertam vagarosamente recebendo todo o brilho dessa manhã de ternuras frescas e de pulsares verdes.
Ficaria horas, se me deixassem... pintando cada cena que passo contigo! Mas, rapidamente surge sem convite nuvens de consciência que tomam o comando de todo aquele pensamento e me mostram que não é assim! Que o único convite de todas aquelas noites quentes e húmidas nas quais não estou contigo, é a quietude de meu quarto vazio!
E nessa quietude...nessa quietude, volto a adormecer e a acordar sem ti!

Chega dessa quietude escuro que me alucina!
Convido-te! Anda!
De forma desajeitada, empurro-te à pressa para meus braços...
Não suporto ficar tão longe!
Agarra essas pernas e dá passos repetidos sem parar!
ANDA!!!!!!!!!!!!! ANDA!!!!!!!!!!!!!!!
Prometo-te abraços longos, colos de sonho e beijos em brasa!
Anda, estou à tua espera...
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De repente, enquanto os meus dedos ritmados trabalham insaciavelmente sem parar, oiço o murmuro baixo de uma voz grossa e pouco rouca: ''Estou aqui! Estou aqui ao teu lado!''

DIANA VELOSO
15.09.2011

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