sexta-feira, 17 de setembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Absortas sem sentido!




Corpo pousado sobre a berma da estrada, remexido nas asas do tempo.
Estancado! Morta e mole na brisa apodrecida!
Mais uma vez, viajei nos sonhos de oportunidade;
Mais uma vez, pedra fortificada no caminho ficou;
O seu medo não a deixa abrir os portões blindados, nem penetrar no espaço para outra época.
O silêncio era mais antigo. Silêncio de outras eras de dor!
E, as coisas eram custosamente visíveis á luz decrepita.
Ao simples impulso da voz, vi o alojamento na desordem,
Abandonei as armas interrompidas pelo pânico e atravessei uma das grades de ferro da alma.

Apaixonavam-me ventos trazidos do horizonte,
Embalaram-me canções de tom baixo e rouco de uma voz indefinida!
Espelhos de alma a corpo inteiro, infiéis ao tempo dos cometas.

Passei momentos de inocência e sabedoria de outras eras,
Ficavam a palpitar nas coisas que, secretamente desejavam fazer.
Ficou por ali, os sorrisos, os sonhos, as palavras, os gestos!
Estagnaram simplesmente no tempo!
E, aqui estou eu nesta madrugada que não lembra a ninguém,
Onde a precariedade do que somos dá lugar ao murmúrio eterno!
De olhos tristes, os lábios pálidos gélidos pela brisa, a mão pensativa que ia dizendo "adeuses" a ninguém.

Cega ambulante, que involuntariamente ia recitando versos de poetas esquecidos que ninguém valoriza.
Apenas a menina deitada sobre o manto azul do céu,
Ouvindo o seu próprio ruído humano e suspiros de felina por detrás das paredes fortificadas invencíveis e inegáveis.

Várias vezes pensei que viriam revoadas sucessivas do horizonte do mar.
Várias vezes pensei ver a poeira voando o dia todo em forma de círculos lentos,
Destroçando e evitando correntes de água suja.
(Pensei eu!)
Que cumpria-se assim, sem margem para erro, sem pausa, sem fechar a porta a um novo capitulo,
Entregava as tréguas daquele momento sagrado, onde as vozes extinguiam-se, sem respirar!
Apenas ouvia aquele batimento cardíaco assemelhado ao de uma criança que se ia tornando mais profundo à medida que a maré subia.
Até a cúpula da noite calma aquietava o vento, transbordando toda aquela emoção à face da terra flutuada na água lunar!

Suplico sempre por um rumo diferente,
Mas descubro, da forma mais dolorosa, que ninguém alimenta ilusões enquanto não se apagam as luzes.
Não deveria ter apagado a minha quando pediste!
Observar novamente os sonhos de naufraga solitária tornou-me mais mediativa e mais sombria.
Deixei de dar atenção para aquilo que me diziam,
Comecei a dormir no chão, vestida, sem almofada!
Renunciei à procura, que outrora era insaciável, da descoberta precorce da identidade.

Inquietar uma ilusão, não seria o caminho.
As cifras do meu destino estão escritas algures, perdidas entre as marés mais ferozes!
Não posso, embora fosse o meu desejo,
Desenhar o meu percurso em pequenos pedaços de papel escrito,
Suportando tantos sonhos que não dependem só de mim!
Acabam por se juntar, apenas aos suspiros reprimidos de ilusões impossíveis.
Sem as tocar! E tão efémeras e tão inantingivéis!
Aprendo a confortar-me com o destino rafeiro.
Talvez um, que não seja meu!

Quero guardar, é certo!
Queria dar asas à história, mas não basta o meu querer!
Aquela confusão de identidades atingiu o seu auge numa tarde de ventos cumpridos.
Não sabia como comportar-me!
De tanto tempo que o coração ficou fechado ao sentimento de entrega,
Encontrei como forma de alívio, à pressa e com o escudo ainda vestido
Guardar interiormente todas as imagens nocturnas que, por descuido, faziam-me tropeçar por pedras ocultas!
Aos olhos do outro, poderia ser desinteresse e podia consolar-se assim de que fora não mais do que um sonho a noite do cometa.
E a magia de um rosto envelhecendo gradualmente apenas num dos corações.
Não! Não compreendes os porquês de todas aquelas barreiras!
A noite, aquela que me pertence em sossego,
Espero por encontros sem resposta, espio por sinais e canto sem que ninguém me oiça.

Repara como estou triste, sentada naquela escada com lágrima colada na pele clara do meu rosto!
Já não posso com o mundo,
Que a minha vontade era de partir sei lá eu para onde!
Renego-me, apesar de querer partir, à distância em quilómetros.
Pois não é resposta para suportar à magoa!
É impossível mestrar o próprio interior.
Os suspiros regressam à lembrança com as primeiras luzes da noite, assaltando todas as defesas.
No entanto, para ele esse luar já não era verdade.
Para ele, enganaram-o por hábito, mentiram-lhe por medo, que nada era genuíno naquela crise de incerteza que, os poucos, estava a amargar-lhe a glória e tirava-lhe a antiga vontade de sonhar!
Coração, nunca foi essa a minha vontade!
Sempre acreditei que poderia ser real a utopia, que era capaz de ouvir ao longe, o mar longínquo, o ruído das rosas que se abriam ao amanhecer, o suspiro sem querer!
Pressentindo-o com um instinto bravio a iminência da tarde que regressava sempre à lembrança.
Nessa tarde, ao contrário do que esperávamos!
Decorreram muitas horas de prudência, de averiguação sigilosa, de convivência secreta que não partilhava por medo de quebrar-me em pedaços cruelmente pequenos.
Optei por jogar na defesa de mim mesma e, talvez tenha errado ao fazê-lo... Mas sou eu!
As palavras, são mais fáceis de suportar e entendê-las!
Talvez, nesse momento fiquei bloqueada pois não via nas tuas o mesmo que, verdadeiramente as minhas transmitiam.
Como é que para ti, o sol tinha nascido e tinha voltado a nascer sem sequer tropeçar?
Porquê o mesmo calor, ainda que sem mim?
São perguntas que me assombram, que me ferem pelo horror e pela vergonha do meu próprio corpo de mulher.

Novamente, de cara lavada pelo pó da areia, os lábios pintados de vermelho vivo e as duras mãos de menina impáveis sobre o peitoral blindado de falsas medalhas de guerra.
Absorta, sem sentido! Dobrei um dos meus braços servindo-me de almofada.
Adormeci, por instantes, mais só do que nunca,
Embalada pela dança incansável das árvores como corpos fumegantes sobre as luas coloridas, agora senhoras do massacre!
Tentei distinguir-me entre a ferocidade do desejo e a vontade do dever.
E designando, segundo os impulsos da imaginação, tentei restaurar as forças e dissipar o remorso daquelas inquietações prometendo que todas aquelas torturas de amor fossem as últimas em território felino.
Pode parecer cruel, até desumano esta negação ao sentimento.
Mas ninguém para além de mim própria conhece o que é ser torturada (mesmo que inconscientente) por alguém!
É horrível voltar a acreditar ou antecipar um futuro com uma lembrança apenas mágica
Enquanto que, sem reparar, era possível continuar a torturar-me (em pensamento!) órgão por órgão sem me matar ao mesmo tempo que tentava arrastar-me em busca de novas formulas.

Torcida em convulsões, onde o vestígio inspirado pelo amor foi sequestrado no dia em que fechei os olhos para a emoção.
É a minha forma de refúgio, viver sobre esta paisagem sem horizonte de áspero pó lunar, cujo as estrelas sem fundamento doíam na alma desta estranha menina de origem incerta, que a complexidade da sua alma tinha sido um escândalo para alguns fanáticos disfarçados na noite da fortuna.
Quando na realidade, ninguém ouvia o meu ofegar nem as minhas lágrimas solitárias que escorriam contornadas à medida que ia anoitecendo, como que apodrecendo de desgosto.
Aquele desgosto de escassez não era eterno, havia de durar até que as forças de ocupação abandonaram o coração afim de cumprir os termos de desembarque.
Separando todos os momentos numerados e colocando-os em gavetas arrumadas,
Onde essas memórias eram acompanhadas pelo fantasma perdido na tempestade acreditando que consigo levaria todo o paraíso de guerras e a permissão de voos de cometas!

À medida que escrevo todas estas quedas sobre as palavras, as horas passam e torno-me mais tensa e sanguínea do que é natural.
Levanto-me de repente, com alguma dificuldade numa pausa.
Mesmo assim não consigo deixar de observar que em instantes os alicerces do que eram foram abalados com a explosão compacta de todas as armas disparadas ao mesmo tempo.
Uma vez, sem ruído intermédio, sem um lamento. E outra vez, e pronto... Acabou!
A donzela, nem sequer estremeceu.
Ficou apenas uma atmosfera de pólvora no silêncio do mundo.
Ficou apenas ele a salvo para sempre da inquietação.
Foi a minha escolha, renunciar à busca de instantes apenas vi-o a desfilar sobre as chuvas, afastando-me cada vez mais!
E, de olhos propensos ás lágrimas dispus-me a terminar a tinta da caneta nesta história, porque pareceu-me inútil contrariar.

Passo noites sem dormir para não recordar.
A noite tornou-se tão áspera que tremia a ideia de encontrar apenas as pessoas em sonhos!
Quero acreditar que não, para não dar o prazer de matar-me novamente sem direito algum.
Abandonei esta minha inocência prematura, esqueci as mendigadas palavras de amor que quero ouvir!
Senti vergonha do meu estado, repassei os sítios com as mãos amarradas ao coração para que os remendos não se soltassem.
Tento agora, pela primeira vez resistir aos instintos de amante fugaz e ignoro suspiros de outros.
Estou farta de saber que aquela vontade eram ilusões que alimentava para mim mesma,
Que cada salto na minha solidão, cada tropeço da minha respiração aproximavam-me do esquecimento das súplicas por amor.

Pensando bem, todo o mundo não passa de bonecos com mecanismos ocultos e virtudes humanas.
Na realidade, a maioria não sente a intensidade do cometa como eu o sinto!
Alguns ignoram e outra grande parte suplicam aos astrónomos que inventem uma luz brilhante que fosse suficientemente aterrorizante para causar uma vertigem de eternidade.

Não! Eu vejo e intensifico esse momento!
Não o suplico apenas deixo-me perdida para sempre no enigma do eclipse!
Agora, voltarei a fechar-me para o estremecimento,
Voltarei a ser a menina de mim mesma!

DIANA VELOSO

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fase Da Lua


Esta noite, uma luz rasga velozmente os céus.
As montanhas são derrubadas velozmente com um só sopro.
Minhas mãos, pálidas e ritmadas pelo nervosismo, contornaram a pele morena em gestos recolhidos,
Os meus olhos, perderam-se no caminho!
Apenas a linha…sobre tudo o que te desenha, deixa rastos de desejo e pecado!
Meus lábios secos, insaciados e famintos procuram o néctar nos teus semi-abertos, rosados encaixam!
Provocam o encontro, entrelaçados com todas as estrelas apenas num beijo!

Leva-me contigo, coração!
Por ti, abracei coisas de olhos fechados e desordenei astros sem intenção.
Por ti, a minha alma estática ficou perdida no fumo de um cigarro.
E o azul do céu fez de ti o papel da poesia…
Escrevi os versos mais belos que sonhaste.
Versos sem palavras nem poesia…
As palavras eram escassas para descrever todas as sensações,
Não chegavam, eram simplesmente incompletas!
Limitei-me a pousar a caneta sobre a tua estrela,
Esperei, que em conjunto a nossa história fosse escrita, sem pensar!

Vem buscar-me, sem amarras nem muralhas.
Encosta o teu peito, acaricia-me o rosto extasiado.
Pousa a tua sobre a minha ardente boca. Beija-me por séculos…
Como tu, também eu sinto!
Minha alma queima e o meu corpo anseia pelo teu.
Tudo é vago, mas completo. Quase perfeito!

Que importam histórias doloridas de um passado?
Minhas suplicas estranhamente foram ouvidas.
Minhas mãos não voltaram vazias do sonho!
Atravessei todas as montanhas.
Cavalguei no mais largo universo, mais amplo e mais rasgado!
Trouxe comigo, no final da viagem… teu coração em minhas mãos;

Quis vencer, quis lutar!
Quebrei as minhas muralhas de séculos, uma a uma.
Entrei em meu castelo e deitei-te a meu lado,
Despedi-me de ti, por breves momentos, com um beijo!
Adormeci sobre teu dorso.

Ao longe, já em sonhos distantes da minha alma, uma voz baixinha sussurrando:
- “És tu… És tu, sempre vieste!”

DIANA VELOSO

IN-COMPLETA


Apoiada sobre um corpo que não me pertence,
Olhando o horizonte disperso no brilho.
Imóvel, melancólica, perdida, vaga nas imagens de segundos…
Senhora da iminência do nada, do vazio em que me sinto agora.

Queria ter forças, coragem para me erguer e espalhar o sorriso!
Pobre coitada! Incapacitada dos membros, inconstante no pensamento.
Toneladas espalhadas apenas num gesto, derrubam desastrosamente a menina ali sentada…

Razão? Não! Apenas pensei que a tivesse!
Identifiquei a cura no estado mais avançado da doença.
Enferma, mal tratada, necessitada de intensidade!

Olho para o passado, o que vejo?
Resumido em cinzas varridas pelo tempo.
Deixei a menina do lado errado da margem.
Com ela, toda a alegria, todas as glórias e paixões…
Hoje, não sou mais do que a mulher que alguns invejam, outros receiam…

Este corpo não me pertence! Não o paro de o dizer!
Eu não travei todas estas batalhas para chegar ao meio da guerra sem o escudo valente protector…
Fisicamente presente? De que serve se não sou dona destas veias bombardeadas?
Fraca, os dedos doloridos de escrever, sem tinta!
Preciso, anseio recarga, multiplicidade de cor, transparências nas palavras mencionadas.

Alguém… Alguma coisa…
Peço, piedosamente alguém que me pare ou pelo menos que me iluda por momentos,
Enquanto isso, espero…

DIANA VELOSO

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CONSCIENTE IRREFLECTIDA



Aqui calada pensei:
- Corpo efémero, usado e esquecido! Guerreira, calada, dolorida de silêncios de rosto pálido e cansado!

Peço-te, coração:
- Não batas! Promete-me a palavra amargurada! ~
Penetra eterno no derradeiro sono.
Adia o batimento para mais tarde!
Estou quebrada em pedaços,
Descolada e implantável de terras!

Não vês? Não vês como efémeras são as paixões?
Não vês o tombo frequente que me prossegue?

Assusta-me, assusta-me pensar que serei usada e derrubada na berma da estrada.
Assusta-me imaginar-me reduzida a trapo velho, desprendido, desapegado e sujo…

Imóvel deixa-me estar, não batas! Acalma…
O monstro do sentimento arrancaria para sempre o genuíno do coração.

Um artificial não poderia envelhecer, desocupado estaria.
Utópico na fantasia caminhando sobre as profundezas das suas águas!

Consigo assim, espaço em branco voltado á transparência, ao ritmo acelerado, lúcida e louca da vontade de amar!

Pequena, frágil, orvalhada… Enredando a voz de um poeta lacunado no sopro!

Dama da pedra rara e desejada, cheia de nódoas procura fundir-se na chama!
Errada poderei ser, mas serão necessárias mais do que metáforas para mo dizer!

Teimosa sangrando, de um coração que não controla!
Perdida entre as marés.
Selvagem, indomável, irreflectida… Escolho o centro!
Criança desobediente enamorada da disponibilidade!

Olhei-me de longe, representada e invertida…Pensei que sim!
Neste mesmo segundo em que escrevo olhei-me de longe, representada.

Levantei-me e saí…Posso correr? Fugir? Não!

Ouvi, ouvi a pulsação! Tinha escutado a sempre menina, mesmo assim!

Rendida, não posso lutar…Deixarei simplesmente entrar!

DIANA VELOSO

segunda-feira, 26 de julho de 2010

NOVA RECARGA



Invisível na memória, suspensa por um corpo deslumbrado gasto pelas recargas.
Engelhada na guerra, fresca nos vestígios!
Melancólica de cores e despida da indumentaria persistente com lágrimas coladas na lembrança.

Paciente,
Pacientemente activo (mais uma vez!) o difusor...
Mais uma vez, coloco-me, sem notar, em superfície danificada pela dor.
Uma réstia de esperança procurando incansavelmente um lugar fora do seu alcance,
Evito raios da vontade,
Evito expor-me a temperaturas superiores à minha resistência!
Não perfuro, não escondo...Elimino-me, mesmo vazia!
Vaporizo sons, desejos e crenças falsificadas de felicidade de um corpo em chama.

Sem piedade, substituo a menina por um corpo incandescente
Mantendo-o afastado de qualquer fonte de ignição!

Esta madrugada não inalo sentimentos nem fumo esperanças.
Recuo o olhar para o lado e afasto com as mãos os cabelos recentemente pintados de mudança.
Cravo friamente as unhas no coração negro penetrando de leve na chama vulnerável ainda acesa...
Silencio as palavras e os sons! Observo, vagarosamente, a descodificação do enigma da chama a desfalecer.

Uma vez queimado, substituo-o por um pouco mais de calma.
Substituo-o por um novo sopro de verdade!

DIANA VELOSO

sexta-feira, 18 de junho de 2010

RIGOROSAS PALAVRAS POR DIZER....



Quando nas madrugadas falo, adormeço aparentemente no sereno das palavras que à lua dito em segredo! Absurdas sem sentido! Mas ainda assim projectando-me em espelho embaciado.

Vi a lua!
Vi-a empalidecer perdendo-se na luz....Errei ao pensar que viria finalmente a meu encontro. Engano meu (Mais uma vez!)

Reflicto a minha imagem no espelho! Envelheço de imediato nas lembranças que me retiram friamente a juventude,
E a tez de meu rosto, em segundos, perde o tom rosado ao recordar cada imagem...
Empurram-me para um canto , perpétuamente secreto!

Guardo tudo em gavetas entreabertas.
Revejo e arrasto passos onde lentamente crescem raízes tão profundas que não se arrancam.
Coloco-me de lado e arrumo algumas das sílabas e algumas das sombras de rigorosas palavras que nunca disse.

- Corpo enfermo de asa partida pousada na calcinada ainda húmida, sopra em cima das dolorosas escondidas debaixo de tinta... Escuta apenas o som do teu isqueiro e o pousar da tua chávena!

Repousa...Um repouso modesto encolhido no medo sem culpa! E um obediente sofrimento de olhos que de qualquer alegria duvidam naquele silêncio que conheço ou naquele dizer trémulo das palavras indefesas.

Impacientam-me as migalhas! Impacientam-me as vozes que vêem apenas de visita despropositadas!

- Acordei do sonho por breves momentos! (Gritei!) Desejei beber o mar apenas num verso...

Sinto-me suja como um objecto derrubado, despegado e desarrumado pelas ondas fora do lugar onde pertenciam,
Com o peso do meu corpo deslocado apenas para um dos lados. O sangue sobre a metade mais gasta, esmagando arrebatadoramente o sentido da invenção daquela alma!

(-Não digas nada a ninguém, o tempo agora é de poucas conversas e de ainda menos sentido... Pensa apenas que sou menina mulher que não possui sentimentos por definição! Que sou lebre esfomeada pela galopante viagem de pulsares efémeros de paixões adolescentes negando-lhe o lugar no firmamento, mas mesmo assim desejado!)

O sino, entre as quatro paredes tocou.

- Acorda, são horas de te levantares menina!

DIANA VELOSO

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ACORDAR INVOLUNTARIAMENTE PERTO...



Depois de tantas vontades e quereres inexplicáveis, ouvir a voz dele sussurrando ao meu ouvido foi uma bênção. Na verdade, era o que eu realmente esperava… Alguém com quem partilhar a dificuldade indefinida da situação!

Dispus-me da oportunidade de desfrutar o sonho, de ficar sentada ao seu lado observando apenas o carácter mais complexo daquela presa que naufragava na profundeza do meu mar. Impressionava-me! Delirava com a capacidade de mudança! Não uma mudança subtil de adaptação que estou habituada… Mas um mudar por completo! Era como pudesse comparar aqueles momentos a um espelho gigante reflectindo imagens diversas sem parar. Parecia impossível, as múltiplas e complexas personalidades que eram reflectidas sem muito esforço em cada imagem espelhada…

Por instantes pareceu-me um sonho diferente de todos os outros. Um sonho realizável, tangível! Limitei-me a sorrir para não mostrar o receio que se escondia através dos lábios ritmados pelo nervosismo de me prender. (Afinal de contas eu neste sonho sou a felina mais temida!) Era mais tangível do que eu alguma vez poderia imaginar que o fosse, tinha estrutura suficiente para em poucos dias tornar-se no meu principal confidente… Éramos complementares aos métodos! Éramos capazes de integrámos as divergências num todo, que elas não causavam problemas…

Podia pensar eternamente no sonho que tive com aquela presa, Podia pensar eternamente na amplitude e na profundeza da nossa capacidade de convivência. No entanto, haverá sempre mais alguma coisa para aprender! Em cada sonho, apesar de saber que o acordar poderá estar involuntariamente perto, há sempre qualquer coisa para aprender, mais um pormenor para descobrir, mais questões para se reflectir.
Julgava perceber o que se passava! No fundo do meu subconsciente reconhecia tudo o que ele estava a fazer, era compreensível. Apercebi-me que o tinha de fazer! Porém, à superfície das águas daquele mar já compartilhado por ambos, não deixava admitir que doía e passei a apreciar jogos que se instalavam como barreiras para a dor não se alojar mais uma vez em território felino.

Depois do sonho, sentada na última da trigésima quinta escada, de olhos vermelhos, face afogueada e a cabeça apertada entre as minhas próprias mãos… Senti vontade de abraçar(-te!) a invulgaridade novamente. Não o pude fazer porque simplesmente essa já se tinha fundido nas nuvens da madrugada, já não estava lá o sorriso de lado e os cabelos domados pelo vento. Limitei-me a tocar a face através da lembrança! Levantei-me do chão molhado pela chuva, retirei o olhar fixo das estrelas e galopei até a uma fonte de salvação. Lavei o rosto incansavelmente (mesmo sem querer!).
Não queria acordar do sonho compartilhado! Nunca foi vontade minha sentir a presa fugir entre mãos e ouvi-la novamente de longe!

Decidi recostar-me na cadeira velha de madeira gasta pelo tempo, vendo a cinza já gasta do cigarro escorregar sobre os contornos que me desenhavam naquele momento. Olhei por entre as grades da varanda, analisei-me a mim própria: ‘’Que estou a fazer?’’ / ‘’Que estou a sentir?’’ / ‘’No que me estou a tornar?’’… Não encontrei qualquer respostas para as dúvidas que me prosseguiam agora a toda a hora… Eram sentimentos que se instalavam que nunca sentira antes, eram quereres que não tinham definição.

Ainda agora, enquanto tento vomitar esta quantidade de frases que transbordam em minha alma, continuo a trabalhar arduamente naquele domínio ainda indefinido pela maré do meu próprio mar. (Que necessidade tenho de satisfazer as perguntas incasáveis que entram como flecha em meu corpo!)

Sei que não posso pedir explicações a quem pertenceu ao meu sonho!

Apenas olho para o mato bravo regado de verdes molhados e silêncios desertos no vazio da aldeia e apenas me pergunto: ‘’ E se o amanhã não vier? Continuarei eu com o mesmo sonho em mente? Continuaremos a compartilhar as madrugadas solitárias?’’

DIANA VELOSO

sexta-feira, 14 de maio de 2010

SEGREDO DA CHUVA...




Num quarto só de passagem onde lentamente soletramos carícias que estremecem
Num quarto ao lado desenhando no fumo de um cigarro, vendo-te sorrir!
No mesmo quarto (mesmo distante!) uma porção de sorrisos entregues ao fascínio...
Esta história pertence-nos em segredo certamente,
Apenas nós partilhamos a madrugada que devagar se alastra
No eco da tua voz que arrepia!

Tão próxima da verdade existencial...

Todo o tempo é nosso frente ao veludo da chuva,
Todo o tempo é nosso transparente a um sonho colado!
Entre velas acesas e rotas desenhadas,
Procuro-te na noite e ofereço-te as minhas asas,
Vejo ao longe a silhueta de corpo pintado desfilando em horas lentas,
Tocando por dentro a fragilidade da porcelana branca que me pertence!

Coincidências?

Algumas... Unidas num sopro de um só fôlego nas palavras continuam pela noite dentro,
Nas sílabas que se confundem com a vontade do nosso olhar pregado no fogo!

O voo é breve, mas pura é a alegria do encontro!
Ver as sombras encostadas ao rumor,
E as asas abertas pintando a densidade...
Ver a procura perdida na unidade,
Como quem penetra lentamente os vestígios da nossa sede.

Em cada um dos teus gestos persiste a nostalgia do vento
Encostados á melancolia solitária...
A presa incide na imprevisível vontade de caçar os olhos singulares da felina!
Estendeu as mãos, como se a seu auxilio fosse.
Sem explicar, borbulhava-lhe o coração...
Apenas procurava pelas águas em abandono onde pudesse mergulhar,
Era sua intenção afundar-se, era sua intenção querer ouvir o canto da sereia!
Enquanto espera pela caçada, gravou os passos no percurso
Inventou uma nova geometria para os seus rostos
na plenitude invisivél da viagem agora partilhada...


DIANA VELOSO

terça-feira, 13 de abril de 2010

NEGRO PERFIL DO TEMPLO (BEELZEBUTH)


Avanço infatigável...Recuo da bondade!
O meu corpo agitado por uma dança nua de humildade demasiado breve no olhar que se reflecte em segredo...

Tenho sede de outras eras, de lembranças soberanas no perfil negro do passado,
Sede do zumbido intermitente da falésia singular da poesia,
Sede de desertos de batalhas sem guerra!

Movimento breve a pontuar no silêncio frio da sombra...
Poeira de outros voos...
Evidências de um sopro da luz que se decompõe na canção inalterável da morte!

Anulo a ilusão, o diálogo, o escudo!
Dissolvo-me na inquietação nocturna da cúpula,
Na agressividade de tempos sobrepostos,
No movimento da poeira do grito!

Balbuceio à conquista da noite em ruína!

Borboleta luminosa e negra recortada no absurdo!
Sozinha na outra margem, receando o ruído da terra!
Sozinha na outra margem, deitada ao lado da morte!

Essa ''menina''?...
Vi-a na outra margem, parecia não querer partir!
Essa menina, agora devorada pelo ácido das palavras,
Afogou-se na transparência dos seus gritos dados no vazio!
Os lábios desfizeram-se na tão dura escrita que cresce quando tudo se apaga!
E assim adormeceu, encostada ao ausente,
De olhos fechados para o percurso das palavras...

Foi certamente bela essa ''menina''!
Restam apenas cinzas como rumor vago no tempo!

Palpitação? Medo?
Não...Simplesmente ausente!

DIANA VELOSO

quinta-feira, 25 de março de 2010

Fragmentos da Minha Escrita...



Os dias tornam mais funda a nossa sede,
Austero é o fogo destes dois rostos que se procuram na mais febril aproximação real…
Queria poder dizer milhares de vezes todas as palavras que pudessem expressar o que sinto.

Nunca as digo!... Nunca as faço!... Fico sempre à espera….

Atendo meramente ao pronunciar das palavras nos fragmentos da minha escrita…
Secretamente rezo...
Rezo para que me leias, me entendas, me abraces. Me invadas.

Escrever num grito mudo de amor?

COBARDE!... Cobarde menina mulher!… Cobarde menina do sonho!...
Cobarde porque, tenho medo da intensidade do laço que me une...
Cobarde porque considero que um dia esquecerás a queimadura dos gestos,
A pressão invisível das minhas mãos sobre teu dorso,
As cúmplices noites de fraternidade amante!...

"Apetece chorar de tanta saudade’’... A alma descontrola-se!...

O receio de começar a usar a cor da utopia que esteja a criar,
Não consigo abstrair! Não consigo enganar! Não consigo explicar!
O receio habita que o sonho não passe de uma hipérbole na qual quero acreditar!
Que na realidade, o sentimento não passe de rascunho...

Hoje a minha escrita queima...
Hoje fragmentos juntam-se... ´
Hoje?... Fragmentos são impossíveis de concluir!
São sementes que crescem a cada conversa para comigo!
São instintos que me mantêm viva...

O desejo da pele... Ganância de poder-te amar!
Não confundo, desejo!...
Não quero gritar, gemo!...
Não quero ir, entrego-me!...

Quero estar aqui, quando chegares!...


(P.S.: Não conclui, porque não o devo fazer... Sou incapaz de o fazer!... Este ‘’fragmentos da minha escrita’’ são pedaços de mim que não concluem, são sentimentos em aberto, são feridas rachadas a sangrar... são frases que estão por dizer!... São uma escrita que quero continuar!...)

DIANA VELOSO

domingo, 7 de março de 2010

Queimadura dos gestos


‘’Deito-me’’ contigo,
Começo um trajecto sem idade que se confunde com a música do desejo
Contorno de palavras confiadas sem pudor,
Lágrimas encostadas á noite...oscilação do medo!... oscilação do receio!...

Soletro lentamente as carícias que me estremecem,
Entrego-me ao fascinio de ser pura a complexidade do mistério que nos toca!

Noite fria, entre o desejo e a sede!
Baloiçar á superficie de mais um projectar do querer!
Estremecimento tão próximo...tão próximo que procura as mãos de outro corpo,
Borbulhar, sem querer explicar!...
É uma menina que reclama por carícias,
É um ele que se entrega á verocidade do desejo!

Sopro gravado no gesto, passos dados na maré!
Substância nua que queima, pulsar do coração em erupção!
Voz despida, imagem refletida ao espelho do teu olhar!
Perfume da carícia que acompanha o sonho de intermitências do espanto!
Palavras inquietas que aquecem o querer ser a menina do sonho,
Voz que de leve penetra o ser inquietante que me ofusca!
Polén do futuro que crece sobre a poeira do passado que se desvanece!

Novo eu, nova menina, rumores de destinos para sempre!
Viajens na euforia do percurso!
Não é longe, não é perto... És tu e sou eu!

DIANA VELOSO

sábado, 6 de março de 2010

HOJE?...Uma nova página...



Vivo hoje sem esperar uma brilhante vida amanhã.
Não me importam grandes planos que posso ou não fazer!
Valorizo cada momento!
Será como muitos castelos construídos na areia do mar,
Como muitas bolas de sabão soltas ao vento sem destino,
Como muitos sorrisos propagados em sinfonia num silêncio...
O que sou hoje? O que serei amanhã?... Não são perguntas que hoje faço!

A vida é um livro que deve ser folheado página por página sem consultar o índice...
O segredo é saber escolher a página que quero ler...

O importante para mim,
Não é a leitura rigorosa, nem se ela propicia erros e acertos...
Aprendi que não existe a segurança do acerto eterno!

Quero ler, folhear páginas...sabendo que estarás sempre presente na leitura! Quero arriscar mudar e escrever uma nova página!...

Descobrir letras monocromáticas perante a multiplicidade das cores que cada palavra designa!
O mudar a página, sabendo que não se trata de mais um obstáculo,
Mas de mais uma passagem de poder ser feliz...

Na história que escrevo para ti...
Não se duvida!!! Não se teme!!!
Entramos, damos um passo e unimos as mãos...
Nesta página SENTE-SE!!!
Neste livro, rimos, madrugamos na intencidade de conversas sem fim, mergulhamos em sentimentos descritos por entre frases subescritas e sublinhadas por ambos!

Enquanto outros estão cegos, eu vejo-te aqui...perto... bem perto de mim!

No teu poema, existem versos que posso concluir,
Na minha escrita? Caminhos pelos quais podes caminhar...
No meu coração?...Uma fechadura que podes abrir!

DIANA VELOSO

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

''Palavras?... Não Chegam!!!''


Abrir uma porta, escrever uma carta, abrir a mão e convidar-te a entrar!
Andar á chuva, molhar-me!
Gritar com estranha euforia de paixão momentânea...
Fechar o olhar, começar a sonhar!
Levantar a pestana, sentir o peso da gota e continuar a viajar...

Direcção?... Não defino!
Palavras?... Não chegam!

O caminho está para além da rota e da linguagem,
Pois não existe ontem, hoje ou amanhã!
Pois não existe norte, sul, este ou oeste!

Não é questão de sobrevivência!
É tudo e é nada... É querer e não querer!
É poder ter e não saber!
É não ter medo de sentir,
É aceitar o inesquecível, o inexplicável, o incomparável!...

Saber que são instantes prolongados de eco infinito,
Efusão de pequenos momentos sentidos transformados em felicidade.

Admito, deixei o sonho entrar
Embriaguei-me na beleza do momento,
Escuto o murmurar baixinho de quem o entende intensificando-o, tu!

A voz transcende o silêncio, invade o pensamento!
Que vontade esta de escrever?
Que vontade esta de te ouvir?
Não existem palavras! Não se descrevem!
Não preciso da imagem, para sentir a presença...

Respiro, Respiro calmamente...
Relaxo a mente, vejo-me a flutuar,
Viajo no tempo, no espaço!
Não sei onde vou ou para onde pretendo seguir,
Estranha forma de me exprimir!
Já não importa...É o desejo de viver sem querer saber!
O que sinto a ninguém digo!
Perguntas? Respostas?...
Não sei nem as faço!
Simplesmente o espero! E porque não o poder fazer?

DIANA VELOSO

EXAUSTÃO


Cada palavra prenunciada, já o seu eco vai longe,
Cada vez que levanto a caneta, já escassa é a tinta!...

Tenho garra e força! Sei que tenho!

Encarno muitas vezes a personagem principal do incêndio,
Sou super-herói na maioria dos filmes de acção!

Mas não sou sobre-humana!

Até mesmo os super-heróis são surpreendidos pela fraqueza, adoecem.. !Entram em exaustão!

!! Cansada estou !!...

Deixei outrora guardado os tormentos no pensamento!
Deixo hoje abrir as cicatrizes e o rosto remendado!
Deixarei sangrar a ferida o mais profundo até secar!

Apenas isso!
O salto para bem longe do meu próprio ser...

Tão longe... Que quando voltar, encontrarei a força sobrenatural que necessito neste momento! AGORA!

Exaustão? Tu que nunca me visitas-te,
Apareces sem aviso, chamas-me irresponsável, mostras-me que também sou fraca...
E sem razão aparentemente explicável hospedas-te sem aviso prévio...?!

Enquanto cá estiveres, quero avisar-te que eu não ficarei!

Não quero observar de bem perto ao culminar do acidente das dúvidas que me prosseguem a toda a hora!!!

Desejo-te as boas-vindas e uma óptima estadia!
Faço as malas, preparo-te o quarto e vou-me embora...

Sei que quando voltar não estarás mais aqui,
Sei que quando voltar, voltarei de novo rosto e preparada para te enfrentar quando me visitares novamente!...

DIANA VELOSO

sábado, 16 de janeiro de 2010

Metamorfose


Descolo a pele que visto,
Arranco a sangue frio as lembranças que atormentam o meu querer!

Olho, olho uma última vez para trás,
Escuto o som do respirar, uma última vez,
Escuto o último bater do coração neste silêncio...

Peço para tomares conta de ti,
Será a única coisa que sempre te pedir-te-ei...

Esta é a minha nova vitória,
É o abrir as asas à minha maneira!
E no dia a seguir...No dia a seguir,
Poderei ver novamenteo brilho irradiante do poder do sol!

A luz que ilumina a viagem de mudanças,
A maneira que encontrei para me levantar, e voltar a repirar o oxigénio da vontade de viver!

Por favor, não tenhas pena,
Por favor, olha...olha...olha, bem de longe, para a máscara que criei!

Quero tentar! Estou preparada! Voltei a acreditar!
Olha... Olha...Olha eu a voar,
Olha eu a continuar a lutar!...

Infantilidade seria dizer que esqueci!
Lembro sim, mas entendo! És mera lembrança...

Vivo num outro mundo do qual consigo ver a diferença,
Onde o cair é recomendado, onde novos sorrisos surgem,
Onde a nova criança cresce, onde deixei-te ir...

Disse ADEUS, adeus ao mundo que vives
E ao qual, eu pertenci um dia...

Levantei-me,
Voltei a caminhar na estrada sem rumo!
Sou nova pessoa, nova força!
Coloquei-te de parte,
E hoje, hoje voltei novamente a sentir a vontade do poder crescer!....

DIANA VELOSO

LARVA RASTEJANTE....


Rastejar heróico do sopro...
O afinar minuciosamente a prefeição de uma realidade utópica de abragência estilistica...
No deslizar de cada palavra que vagueia por dentro da esperança!

Larva?
Ser Rastejante?
Borboleta luminosa?

Quero dizer-te hoje, através da minha humilde escrita,
Que do escuro surges,
Que da terra nasceste,
E que na vida voas explondorosamente para bem perto de mim...

És dona,
Ès rainha do extase límpido da troca de emoções, das falas calorosas e confortavelmente bonitas,
És dona dos sorrisos expontâneas soltados que se prolongam no seu eco sem fim!...

Sim...Permaneces no aconchego da alma de quem acredita que o mundo a nós pertence!

Ensinas-te-me que as metáforas são poucas,
Ensinas-te-me que de um instante produzimos quimeras,

Que o vestido perfeito não é só fantasia minha!
Que esse...Esse, do qual anceio e tanto receio,
Tornou-se capaz de sobreviver neste presente...

DIANA VELOSO